Eventos serão teste para resolver problemas da população, diz músico. Organizador do Live Aid participou do Fórum de Sustentabilidade do SWU.
O músico Bob Geldof, que participou nesta segunda-feira (14) do segundo painel do Fórum Global de Sustentabilidade do SWU, que acontece em Paulínia (SP), disse que o Brasil pode ser líder mundial na questão ambiental e que a democracia do país pode amadurecer com a realização da Copa em 2014 e com as Olimpíadas em 2016.
“Será um teste para que o país resolva problemas que afetam a população. Mas isto só vai acontecer se vocês mostrarem que estão evoluindo. As pessoas têm que organizar um ativismo no Brasil durante este período e a questão ambiental está em suas mãos”, afirma o músico britânico, organizador dos concertos Live Aid e Live 8.
Para Bob, o fato de o Brasil ter uma grande produção de commodities contribui para lutar contra a pobreza. “Isto vai fazer com que o mundo siga vocês”, disse.
Energia renovável
O debate também focou na questão das energias sustentáveis e o impacto da falta de energia em comunidades carentes.
Julia Craik, criadora de um estúdio de gravação musical alimentado por energia solar, contou durante o fórum que percebeu que o mercado pedia algo diferente, por isso resolveu construir o estúdio sustentável.
Mesmo sendo localizado na chuvosa Londres, no Reino Unido, ele é capaz de produzir energia suficiente para as gravações e ainda há um excedente que é fornecido à rede de energia pública.
Ajuda à África
Também foi apresentado o trabalho da organização Solar Aid, do britânico Steve Andrews, que tenta banir de países africanos o uso de lamparinas de querosene até o fim desta década.
Para isso, a ONG instala placas fotovoltaicas em comunidades pobres, o que permite melhorias na infraestrutura dessas localidades como eficiência no atendimento à saúde e elevação dos níveis educacionais.
De acordo com Andrews, as lâmpadas de querosene provocam muitos acidentes nas moradias, com casos de mortes, além de emitir fumaça tóxica. Seu projeto, segundo ele, já elevou as notas de estudantes em algumas localidades e ainda evitou mais gastos de famílias que chegavam a consumir até 70% salário para comprar querosene.
“Não acredito que a caridade pode resolver todos os problemas da África. A iniciativa privada tem que levar energia para lá”, disse, ao cobrar ajuda para o continente menos desenvolvido do mundo.
Ação imediata no Brasil
A mudança de postura da população foi também debatido por Marcelo Furtado, diretor do Greenpeace no Brasil. De acordo com Furtado, para ter um mundo sustentável é preciso que as pessoas se levantem e fiquem indignadas com o que acontece.
Ele comentou sobre a modificação do Código Florestal, em trâmite no Congresso, e disse que a modificação só vai elevar os índices de desmatamento e de conflitos agrários.
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