domingo, 13 de novembro de 2011

Otimismo contra crise ambiental marca Fórum de Sustentabilidade


Participantes apresentaram ideias e soluções em debate feito no SWU.

Atriz norte-americana Daryl Hannah falou de seu fascínio pela Amazônia.

Eduardo Carvalho e Dennis BarbosaDo G1, em Paulínia (SP)
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Aumentar os esforços para proteger a Amazônia e planejar mais soluções para a crise ambiental foram os principais temas debatidos na tarde deste domingo (13) no segundo painel do Fórum Global de Sustentabilidade do SWU, que acontece até esta segunda-feira (14) em Paulínia (SP).
O encontro contou com a presença da atriz norte-americana Daryl Hannah, que defende a causa ambientalista e se engajou como cofundadora de uma entidade que pesquisa e fomenta o biodiesel.
“Quanto mais você aprende, mais descobre que temos soluções para as crises que estamos enfrentando”, justificando seu envolvimento na pesquisa de combustíveis renováveis.
A atriz, que foi detida em agosto nos Estados Unidos durante um protesto em frente à Casa Branca, em Washington, contra a construção de um óleoduto, reconhece que o mundo enfrenta uma grave crise econômica e também uma ambiental.
Mas ela se diz otimista pois acredita que há soluções para esses problemas. Sobre a floresta amazônica, ela diz ter ficado impressionada “com a mágica da natureza”.
A atriz Daryl Hannah fala durante o segundo painel do Fórum Global de Sustentabilidade do SWU, em Paulínia (Foto: Eduardo Carvalho/G1)A atriz Daryl Hannah fala durante o segundo painel do Fórum Global de Sustentabilidade do SWU, em Paulínia (Foto: Eduardo Carvalho/G1)













Defesa pela Amazônia
O bioma também foi defendido no debate pelo seringueiro Manoel Cunha, presidente do Conselho Nacional da População Extrativista, e por Virgílio Viana, diretor da Fundação Amazonas Sustentável.
De acordo com Cunha, que vive em uma reserva extrativista do Amazonas, a população da floresta é impactada pela mudança climática da mesma maneira que moradores de países insulares, ameaçados pelo aumento do nível dos oceanos.
“O desenvolvimento que temos hoje é para nos levar à morte. Se é esse o desenvolvimento que queremos, vamos nos acomodar então. Caso contrário, temos que mudar nosso processo de consumir e transformar a sociedade”, disse.
Já Virgílio Viana disse que o Brasil precisa conhecer melhor os problemas da Amazônia e lutar pela defesa da floresta. Ele lembra que cerca de 70% da eletricidade no Brasil vem de usinas hidrelétricas, que dependem em grande medida de rios alimentados por chuvas formadas na Amazônia.
"Manter a Amazônia em pé é essencial para que tenhamos energia. Manter a Amazônia em pé é um interesse nacional", disse.
Cantos contra guerra
Também esteve presente no painel, Anna Gabriel, que apresentou o "The Voice Project", iniciativa para tirar jovens da guerra em Uganda por meio da música.
O projeto consiste em apoiar a difusão por rádio no país africano de canções de mulheres sobreviventes do conflito armado que ocorre há mais de 20 anos na região. As letras levam mensagens de paz e perdão para os rapazes que não se atrevem a voltar para suas famílias por causa dos crimes que cometeram.
O pai de Anna, o músico Peter Gabriel, fez questão de comparecer ao teatro municipal de Paulínia para ver a palestra da filha. Ele fará ainda na noite deste domingo uma apresentação no palco Consciência do SWU.
O escritor e diretor norte-americano M.K. Asante, que também participou do fórum, comentou que admira o educador brasileiro Paulo Freire, morto em 1997. Mas se questiona sobre a possibilidade do mundo se tornar um lugar mais sustentável. “Será que nós vamos conseguir? A única coisa que eu sei é que está em nossas mãos”, disse.
Jovens líderes
Já o chileno Cristian Del Campo, da organização “Um teto para meu país”, mostrou como sua ONG trabalha na construção de casas populares para famílias necessitadas. Campo conta que quando houve o terremoto do Haiti, muitas pessoas disseram para os jovens engajados neste projeto para não irem até lá porque seria perigoso e não haveria condições.
“Mas eles foram de qualquer jeito e construíram 600 casas. Essa perseverança só os jovens têm”, diz o chileno. Ele disse ainda que não pretende ser “a voz dos sem voz”. “As famílias sem casa que sua ONG ajuda têm voz própria”, defende. Por isso, segundo ele, a organização também quer fomentar jovens lideranças nas comunidades atendidas.

http://g1.globo.com/swu/2011/noticia/2011/11/otimismo-contra-crise-ambiental-marca-forum-de-sustentabilidade.html

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